Poesia Completa – Sousândrade (O Guesa+Harpas Selvagens e outras Harpas)

Poesia Completa de Sousândrade(O Guesa + Harpas Selvagens e outras Harpas)

O GUESA
O Guesa, o mais importante poema do poeta maranhense Sousândrade, vem finalmente a público em rigorosa edição atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, realizada pela professora LUIZA LOBO, uma das maiores especialistas no autor, e o acabamento esmerado da editora Anticítera. O livro traz introdução, notas e glossário, feitas pela organizadora.
Este poema romântico, que atingiu um alto nível metafísico e simbólico, é considerado uma paideia brasileira pela organizadora, dada sua abrangência numa epopeia que recobre desde os indígenas da Amazônia, até os Incas e Muíscas, da América Hispânica, os grupos da América Central, vislumbrando um futuro republicano e democrata para o Brasil ainda dominado pela monarquia.
Sua leitura confirmará o valor e a originalidade das duas vívidas facetas do poema, que tanto intrigam os estudiosos: por um lado, o pioneirismo pré-modernista dos dois Infernos, o primeiro situado por Sousândrade em plena floresta amazônica, durante o ritual do Tatuturema, e o segundo em plena Bolsa de Valores da cidade de Nova York, contendo uma carnavalização das figuras mais marcantes do capitalismo emergente de então.
Por outro lado, a criação dessa epopeia revolucionária, eivada de profundo estudo mitológico de nossos povos fundadores da nação. Nela, Sousândrade criou uma visão transistórica e transcultural para o destino do Brasil, numa antevisão dos problemas que iriam sacudir o país, e que até hoje o assombram, na questão de gênero, ideologia e política.
Luiza Lobo
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O Guesa – Sousândrade
Organização: Luiza Lobo
ISBN 978-85-69199-23-6
Formato: 16X23 cm
600 páginas

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Harpas Selvagens e outras Harpas

Esta segunda edição da poesia de Sousândrade pela editora Anticítera reúne cinco livros fundamentais – Harpas Selvagens, Harpas Eólias, Novo Éden, Harpa de Ouro, Liras Perdidas, e acrescentamos a continuação do Canto XII de O Guesa, conhecido como O Guesa-O Zac e a peça poética Prometeus Encadeado – como continuação de sua obra completa, cujo primeiro volume é O Guesa. A edição segue critérios textuais rigorosos, com destaque para a versão original de Harpas Selvagens (1857), preservada por sua força bruta e inventividade, suprimidas nas edições posteriores. Harpas Eólias vai surgir como livro independente do Harpas Selvagens na edição de Obras Poéticas, de 1874 como uma série poemas inéditos. Novo Éden (1893) é um poema alegórico e épico que aborda as esperanças e frustrações diante da nascente República brasileira, representada por Heleura. Dividido em sete cantos, associa a criação do mundo com o surgimento de um novo Brasil, imbuído de justiça, liberdade e redenção. É também crítica à monarquia, ao colonialismo e ao imperialismo, mas com acento utópico e visionário. A obra mescla lírica, drama, épico, mitologia e história, com linguagem imagética, neologismos, colagens e polifonia de vozes. Harpa de Ouro e Liras Perdidas, resgatados de manuscritos inéditos em 1970, prosseguem esse projeto poético-político. O primeiro canta e questiona a República com marcas autobiográficas e linguagem experimental; o segundo reúne 46 poemas de várias fases do poeta, revelando sua mestria técnica e sensibilidade humana. A obra de Sousândrade rompe com as formas tradicionais e antecipa o modernismo e a poesia concreta. Augusto e Haroldo de Campos foram decisivos em seu resgate, reconhecendo-o como precursor da fragmentação, do experimentalismo e da crítica social na literatura brasileira. Sua poesia alia o sublime ao grotesco, o arcaico ao moderno, o individual ao coletivo, a forma à revolta – transfigurando a realidade por meio da arte. É, mais que um poeta do século XIX, um visionário cuja voz ecoa ainda hoje, como elo entre tradição e ruptura.�

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Harpas Selvagens & outras harpas-Sousândrade
Curitiba: Editora Anticítera, 2025.
584 páginas
16X23 cm
ISBN 978-85-69199-34-2